['Fundo de rumor mais macio que o silêncio', de Elida Tessler]
viêt-công
lui vuole sapere: sono
in grado di mantenere un
segreto? lui
vuole sapere se il
segreto può
guarirlo, disturbarlo,
avvicinarlo. parla
uno, due dialetti
che nessuno capisce
e conserva l’abitudine
di dare da mangiare
alle anatre al mattino. a
volte si scopre a far calcoli
di felicità
su un pezzo di
terra in brasile, due
birre al giorno, tè
con zenzero e
miele di rosmarino.
gli amici sono andati a
vivere in
marocco. lui
pure non
sembra un francese e
non lo sa mai
molto bene cosa
è venuto a fare in
mezzo a tanta
gente. lui pure
non dice, ma il
segreto, come tutto
il resto, non è che
un’invenzione. lui
non dice nemmeno
se ha fatto un’amicizia
o se muore un
po’ ogni giorno
più in fretta di
tutti noi.
[Júlia Studart, trad. Davi Pessoa]
viêt-công
ele
quer saber: são
capazes
de guardar
segredo?
ele
quer
saber se o
segredo
pode
curar,
provocar uma
revira-volta,
trazê-lo
pra
mais perto. fala
um,
dois dialetos
que
ninguém entende
e
conserva o hábito
de
alimentar
patos
pela manhã. às
vezes
é flagrado
tecendo
cálculos
de
alegria
num
pedaço de
terra
no brasil, duas
cervejas
por dia, chá
com
gengibre e
mel
de rosmaninho.
os
amigos foram
morar
no
marrocos.
ele
também
não
parece
francés e
nunca
sabe
muito
bem, não
faz
idéia do que
veio
fazer aqui no
meio
de tanta
gente.
ele também
não
diz, mas o
segredo,
como todo
o
resto, pode ser
apenas
invenção. ele
também
não diz
se
fez um amigo
ou
se morre um
pouco
a cada dia
mais
rápido que
todos
nós.
[Júlia Studart. Poema publicado na página RISCO, editada por Carlito Azevedo, Prosa & Verso, O Globo,
25.06.2011]
Nenhum comentário:
Postar um comentário