falamos agora sobre uma
lente, fininha, imperceptível, mas
ela ainda diz coisas muito bonitas
como “vamos sim, meu amor” e
“desculpa, é só uma exaustão no
meu corpo”. larga, avisa que
tudo pode ficar bem, mais
uma vez
não suportar é assim: nada é
como antes, estamos cansados
suportar é assim: animal com a
boca aberta até comer o plano
e engolir seco, recuo e medo do
acúmulo. este monturo, violento e
sim, quase confio. a lente
partida: “também não quero mais
falar disso com você hoje”
o animal que amo tem cobiça
de nuvem, devorar o céu
manoel ricardo de lima
Em Revista Inteligência, Ano XIII . N 50 . Setembro de 2010
Ver também: http://www.insightnet.com.br/inteligencia/50/PDFs/05.pdf
manoel, que bonito, meu amigo! já li e reli, segurei os olhos. Abraços, do Heitor
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